Começou aqui. E continua aqui: #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15 #16

24.9.10

# 2

Pensar em sexo, no seu caso, era falar de sexo. Ligou a Hannah. Conversar com ela era duplamente excitante porque era falar com uma profissional de uma linha erótica que ele sabia que tinha sido condenada por ter morto o próprio marido. Morto porque a traíra e não por a ter agredido ao longo do casamento de toda a vida, mas isso só Dieter sabia. Depois de sair da cadeia, três anos atrás, Hannah tinha ido viver para Darmstadt, onde ninguém a conhecia e onde não queria conhecer ninguém, costumava dizer-lhe. A regularidade irregular era uma das muitas falsidades de Dieter no relacionamento com Hannah e ela disfarçava surpresa sempre que recebia os telefonemas que já aguardava. Foi por isso que desconfiou que algo lhe acontecera quando ele morreu. Nesta noite de Setembro, o telefone tocou e Hannah perguntou um lento e longo e langoroso está. Nesse preciso momento os cães ladraram porque alguém tocou à campainha do vizinho de Dieter.