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4.11.10

# 10

Albert Weber tinha um caderno por cada homicídio. Um hábito que lhe ficara dos tempos em que se pensava escritor. Nestes novos cadernos colava as fotografias, tomava as notas em letra legível (depois alguém passaria tudo para os procedimentos burocratizados de tratar cada ocorrência: boletim 4A para homicídios, em quadriplicado e com revisão de quatro envolvidos na investigação) e fantasiava a cura dos males do mundo através da descoberta dos culpados dos males mais próximos. Na primeira página do caderno a fotografia do cadáver. E a partir daí fazia a história ao contrário. Talvez por essa não obediência à ordem cronológica, gostava de colar na última página o recorte do jornal que anunciava as efemérides que se celebravam no dia. Era a sua maneira de datar os cadernos. O elemento que mais curiosidade lhe despertava era colocado na terceira página. Depois da fotografia de Fasai Salam que mostrara a Afonso colou na página três





















um bilhete para o teatro?!